A forte migração dos atores de Hollywood para a TV americana

Já há quase meio ano eu venho escrevendo para o renomado Cinema Com Rapadura, e no último mês estreei nas Colunas. O assunto é sobre as Séries de TV – na sua maioria americanas. Leia logo abaixo a coluna do último mês:

Hollywood sempre foi a menina dos olhos para quem atuava na televisão americana. Porém, nos últimos anos, o que se viu foi uma verdadeira migração de nomes consagrados – como Al Pacino (“Scarface”), Martin Scorsese (“Os Infiltrados”), Steve Buscemi (“Fargo”), entre outros – das telonas para a tela – que hoje já está bem grandinha – dos televisores. Todas essas mudanças ilustram a era mágica que vive a TV americana, com suas produções se equiparando em qualidade aos filmes norte-americanos.

Em uma entrevista concedida à Zero Hora, a doutoranda em Estudos de Televisão pela Universidade de Londres, Sheron Neves, falou sobre tais mudanças. “A TV não é mais o destino de artistas em fim de carreira, como se costumava pensar. Muito pelo contrário. Para os atores, ela hoje oferece a oportunidade de fazer algo mais desafiador e gratificante, além de uma média de 10 horas por temporada para desenvolver um personagem. O mesmo vale para produtores e roteiristas, que encontram na TV por assinatura total liberdade para experimentar, criar tramas densas e explorar temáticas tabu”, disse.

Vamos apontar os principais nomes e suas respectivas séries que estão experimentando a TV. Veja a seguir:

Dustin Hoffman foi o último grande ator que passou para a televisão. O ator, ganhador de dois Oscar por“Rain Man” e “Kramer vs. Kramer”, estreia a série “Luck”, produzida por Michael Mann (“O Plano Perfeito”). O piloto, exibido nos EUA em 11 de dezembro do ano passado, foi recebido muito bem pela crítica americana. A série, que ainda conta com o excelente Nick Nolte (“Cabo do Medo”), mostra o nebuloso e por vezes perigoso submundo das corridas de cavalo manipuladas por mafiosos. Hoffman vive Chester Bernstein, um grande apostador que sai da cadeia após três anos cumprindo pena por conta de resultados arranjados. Disposto a recuperar seu espaço, ele tenta voltar à jogatina como dono de um valioso cavalo, colocado no nome de seu motorista. Nolte interpreta um proprietário de cavalos de corrida. “Luck” é produzida pela HBO(figurinha carimbada entre as melhores séries) e estreia no Brasil em 05 de fevereiro.

A série “Mildred Pierce” ganhou cinco Emmys e um Globo de Ouro, esse último pela atriz Kate Winslet(“Titanic”), nomeada a seis Oscars e ganhadora de por “O Leitor”. Mesmo com o currículo impecável no cinema, a atriz foi outra que se rendeu aos projetos mais autorais e ousados que algumas emissoras de TV proporcionam. Em “Mildred Pierce”, uma jovem mãe chamada Mildred Pierce expulsa seu marido infiel de casa e agora terá que encontrar um emprego para dar sustento aos seus filhos, Veda de 11 anos e Ray de 7, durante a era da Depressão. A atuação de Kate Winslet se supera em muito a vista no filme “O Leitor”, até por dispor de mais tempo. Destaque também para o elenco de apoio, com Guy Pearce (“Amnésia”), outro que migrou para a TV, e Evan Rachel Wood (“Tudo Pelo Poder”).  A série será reprisada na HBO a partir de quarta-feira, dia 25 de janeiro, no peculiar horário das 20h54min.

Outra série elogiadíssma e com um ator de peso é “The Borgias”, protagonizada por Jeremy Irons, ganhador do Oscar por “O Reverso da Fortuna”. A trama é ambientada no século XV e conta a história do polêmico Rodrigo Borgia, com foco nas suas ardilosas maquinações palacianas para se tornar o papa Alexandre VI. Vale mencionar que Jeremy Irons, cuja atuação é o que carrega a série nas costas, também estrelará a adaptação para a TV da peça “Henrique IV”, de William Shakespeare. A primeira temporada de “The Borgias” foi exibida no Brasil pelo canal TCM, sem uma data de reprise anunciada. O Showtime, canal que exibe a série nos EUA, já confirmou a segunda temporada para esse ano.

Em uma das séries mais originais dos últimos tempos está Elijah Wood (o eterno Frodo da saga “O Senhor dos Aneis”). Em “Wilfred”, Ryan (Wood) é um jovem advogado colecionador de fracassos – incluindo uma tentativa de suicídio –, que de repente se vê na companhia do cão da vizinha, Wilfred. Diferentemente de todos, ele enxerga o totó como um sujeito fantasiado de cachorro. Muito bem recebida, tanto por crítica e público, a série teve sua segunda temporada confirmada. “Wilfred” é exibida todos os domingos, às 22h, pelo canal pago FX.

Por último, o melhor. Steve Buscemi já estrelou os interessantes “Fargo” e “O Grande Lebowsky”, ambos dos irmãos Joel e Ethan Coen. Ainda teve papel de destaque no elogiado “Cães de Aluguel”, de Quentin Tarantino. Porém, ele vinha sendo taxado como ator de apoio a Adam Sandler. De fato, o ator apareceu excessivamente nos filmes do comediante – “Gente Grande” e “Eu os Declaro Marido e Larry” são os exemplos mais recentes -, mas isso se deve ao fato de ele ser da “gangue” de Sandler, um dos vários amigos do ator que quebram o galho nos papeis secundários. Aliás, a sua participação em filmes de comédia somente exalta a versatilidade do ator.

Eis que ele aceita o convite de Martin Scorsese para estrelar “Boardwalk Empire”. Depois de dois anos, o ator recebe cada vez mais elogios da crítica e ainda faturou um Globo de Ouro por sua atuação. O seriado narra a ascensão de Nucky Thompson (Buscemi), o tesoureiro de Atlantic City, no submundo do crime no início da década de 20. Nucky e seus comparsas aproveitam a recém instituída Lei Seca para entrar no lucrativo negócio de contrabando de bebidas alcóolicas. Muitos dos fatos, assim como alguns dos seus personagens – Al Capone, Lucky Luciano, Arnold Rothstein, entre outros -, são baseados em fatos reais. As duas primeiras temporadas foram exibidas pela HBO no Brasil. Embora a 2ª tenha sido elogiada tanto quanto a 1ª, a confirmação de uma 3ª ainda não foi oficializada.

Esses são apenas alguns dos vários exemplos que figuram na narrativa seriada e exploram novos horizontes na indústria americana. É esperado que a televisão continue competindo de forma saudável com o cinema, afinal todo bom ator ou realizador tem sempre o espaço que merece.

A volta dos que não foram

Pois é, não foi dessa vez que eu deixei de lado definitivamente o blog. A razão dessa ausência mais longa do que as habituais é a de que eu estou agora trabalhando no Cinema Com Rapadura, fazendo o que mais gosto: escrevendo – sobre cinema ainda. Porém eu senti uma enorme falta do blog. Justamente por poder empregar um pronome na 1ª pessoa do singular. Para quem quer ser jornalista, como eu, exercitar a estrutura de uma notícia e, porque não, se adaptar com o clima de uma redação, ainda que não seja algo definitivo, é essencial. Mas de vez em quando, expôr livremente sua opinião, faz muito bem à mente. Na verdade, o blog aqui vai acabar virando um blog no sentido literal da palavra, o meu refúgio. Vídeos, fotos e fatos sobre o cotidiano continuarão figurando por aqui, contudo, de forma mais branda.

Pois então vou liberar uma parcela do conteúdo que eu fui reunindo enquanto não atualizava o blog. Eis:

Só não assisto esse Blue Mountain State. O resto, perfeito.
Genial ilustração, que resume a vida inteira de Michael Jackson.

Interessantes pensamentos.

Sentando LIKE A BOSS.

Vídeo que lista 25 cenas feitas por puro improviso.

 James Cameron e sua pequena câmera.

Mestre Charlie Harper. R.I.P

EPIC WIN.
 

Inception na vida real.

Mais um dos infames LIKE A BOSS.
 

Os 10 maiores fracassos do cinema em 2011.
 

Ponte interminável.

Podia muito bem ter acontecido.
 

Hugh Hefner mostrando o que faz quando está entediado.
 

Era isso meus caros, espero que (os poucos que acessam esse humilde blog) tenham gostado. E para quem percebeu alguma semelhança, sim, eu me inspirei na coluna que o Jurandir Filho, dono do CCR e meu atual patrão, possui. A propósito, hoje saiu mais uma edição da coluna, clica aqui e vai lá dar uma conferida!