Que país é esse?

Sempre fui um quanto preconceituoso em relação aos filmes e produções televisivas brasileiras. Não dispensava nunca um bom seriado americano para ver algum seriado brasileiro. E digo seriado, pois a novela é a maior mancha na cultura brasileira. Porém ultimamente deixei a mim mesmo surpreso, pois quando me dei conta, estava acompanhando religiosamente toda terça o ótimo seriado A Cura, de João Emanuel Carneiro e estrelado por Selton Mello.

Tropa de Elite 2 estreou semana passada quebrando recordes na história do cinema brasileiro. Mas além de atrair uma legião de espectadores, o filme de José Padilha deu uma aula de como um filme deve ser apresentado para um público acostumado a esperar sucessos apenas vindos de fora. O deus-vivo do cinema americano, Steven Spielberg já demonstrou interesse em comprar os direitos de Tropa de Elite 2, para que o filme tenha circulação nos EUA à altura de superprodução Hollywoodiana.

No mesmo dia que fui assistir Tropa de Elite 2, me chamou a atenção um cartaz de um filme. Olhando de longe, parecia mais um filme de ação americano. Porém chegando mais perto, me deparo com Selton Mello como o protagonista do filme. Federal, dirigido Erik de Castro, ainda possui em seu elenco principal, o americano Michael Madsen, que atuou no excelente Cães de Aluguel, de Quentin Tarantino.

Sem falar no recente fenômeno Nosso Lar, que apesar da história ser pura ficção – ao contrário do que todos os que foram ao cinema acham -, já foi um avanço no cinema brasileiro devido aos efeitos especiais, realizados por uma equipe trazida de Hollywood.

Não é mais novidade que o cinema brasileiro já não é apenas favela, palavrões e baixaria, sem conteúdo algum. Lamentável é, que até nisso o governo resolve meter a mão. Afinal, alguém em sã consciência deixaria de levar sucessos como É Proibido Fumar e Chico Xavier, para levar o filme/campanha Lula – O Filho do Brasil?

Em todo caso, é motivo de comemoração o atual cenário do cinema e televisão brasileiros. E que venham mais!